Engano sobre os produtos

Uma discussão que começou mal

Embora a contracepção química esteja muito divulgada na França (71% das mulheres, na faixa dos 20 aos 44 anos, usa algum método "anticoncepcional": 40% usa a pílula(1) e 16% usa um dispositivo intra-uterino), não se observa nenhum movimento opositor de importância.  A única oposição visível vem apenas da Igreja católica(2) e, mesmo assim, de um ínfimo setor que se baseia, principalmente, nos fundamentos teológicos do "crescei e multiplicai-vos" do Gênese e da história de Onan. Para ela, quaisquer meios que impeçam a procriação, mesmo não havendo aborto, são considerados pecado(3). Há pouco, algumas farmácias da região de Bordeaux -- Salvadoras por outra parte-- foram perseguidas porque se negaram a vender "anticoncepcionais" hormonais e, quando recorreram ao Supremo, tiveram seu pedido de apelação indeferido. O jornal Le Figaro afirmou que elas tinham agido por convicção religiosa, mas esqueceu de mencionar que os argumentos que motivaram esta negativa foram os efeitos abortivos dos supostos anticoncepcionais.

O argumento religioso é o pretexto utilizado pelos lobbys eugenistas, e por seus aliados, para evitar qualquer discussão sobre o assunto. Ora, sabemos perfeitamente que estes adversários são sobretudo desonestos.

Realmente, o argumento principal contra a contracepção química é que se trata de uma manipulação abortiva, o que leva o debate a um nível mais grave, pois já não se trata somente de se opor à fecundidade e, sim, de mortes. "Esqueceram" de falar sobre os "elementos materiais".

O outro argumento diz respeito à saúde das mulheres e de como esta se vê gravemente prejudicada pelas fortes doses de hormônios sintéticos.

O que todo o mundo acha que sabe

A maioria das pessoas é da opinião de que a contracepção química impede a ovulação, evitando assim a fecundação, pois se nenhum ser humano chegou a ser concebido, não se trata portanto de um aborto e que, ao contrário, o número desta prática diminuiu graças à pílula. Para eles, os efeitos secundários e a mortalidade provocada pela "pílula" são insignificantes, coisa que a imprensa não cansa de repetir.  A contracepção química é vista pois como um mal menor, adaptado ao mundo moderno.

São, na realidade, crenças simplistas que só se espalharam porque foram repetidas até o cansaço e não passam de slogans que escutamos desde a escola.

A realidade:

a) os efeitos abortivos

A verdade é que a contracepção química sempre teve um efeito abortivo e isto quase sempre foi ocultado. Vejamos a seguir os detalhes técnicos para compreendê-los melhor, já que, atualmente, existem várias categorias de contraceptivos químicos:

as pílulas combinadas ou estroprogestativas que são compostas por dois hormônios de síntese: os estrogênios e os progestágenos.  Em comparação com as primeiras pílulas da década de 60, as doses hormonais diminuíram visivelmente ( passaram de 150 µg a 20-35 µg de estrogênios), com o objetivo de reduzir os efeitos secundários que estas doses de hormônios sintéticos não cessam de provocar. A taxa de ovulação, que já estava na ordem de 1 al 10%, e o efeito abortivo, conseqüentemente, também aumentaram.

as "pílulas miniatura", ou pílulas de progestágeno somente, representam aproximadamente 10% do consumo de pílulas). Geralmente estas pílulas contêm uma única categoria de hormônios, os progestágenos, em doses fracas, e que variam à medida que o ciclo se desenvolve. Devem ser ingeridas na hora indicada e quase sempre durante todo o ciclo. Em 30 a 60% dos casos não impedem a ovulação.

os implantes (Norplant), ou as injeções (Depo-Provera), que liberam constantemente progestágenos no organismo durante vários meses, podem ter efeitos secundários graves como, por exemplo: cegueira, hemorragias, obesidade, acne, descoloração da pele, coágulos de sangue, cicatrizes(4).

as pílulas conhecidas como as do "dia seguinte", hoje mascaradas como "anticoncepcionais de urgência", são na realidade um kit de aborto que consiste em fortes doses de hormônios para impedir que a criança seja implantada no útero. As taxas de "eficácia" estão na ordem de 75%. Segundo a AMM (autorização para colocação no mercado), "o mecanismo de ação não foi totalmente esclarecido" Este medicamento poderia retardar, ou inibir, a ovulação. Além disso, este medicamento poderia provocar modificações do endométrio, tornando-o impróprio para acolher o óvulo. Uma vez que o óvulo foi implantado, nem mesmo doses muito altas de hormônios podem impedir o desenvolvimento da gravidez".
Os efeitos secundários podem ser catastróficos para a mulher. A AMM acaba de autorizar a venda(5) de um kit, fabricado – ainda – pelo laboratório alemão Schering e chamado de Tetragynon, na Europa, e de Preven, nos Estados Unidos.

Uma enorme campanha de publicidade começou a ser feita nos Estados Unidos, a partir de 1997, para popularizar este método(6) , que saía mais barato do que as pílulas diárias já que era para ser comercializado no Terceiro Mundo. Na França, quem deu o empurrão inicial a essa propaganda foi Baulieu (7) e o governo socialista francês está a ponto de fazer sua própria contribuição, mediante o lançamento de uma grande campanha sobre o mesmo tema. A OMS também faz propaganda deste tipo de abortivo, só que com a única recomendação de utilizar apenas progestágenos, em lugar de estroprogestativos(8).

O RU486 entra também na categoria das "pílulas do dia seguinte"e assim é chamado por seus lançadores no estrangeiro.

os dispositivos intra-uterinos de cobre, ou sem aditivo hormonal, são colocados no útero para provocar a irritação da mucosa uterina (endométrio) e com isto torná-lo inóspito para uma criança concebida. Os dispositivos intra-uterinos não impedem a ovulação, sendo portanto essencialmente abortivos ("blastocidas", dizem eles). Por esta razão são oficialmente classificados como "objetos contraceptivos" e os que os fabricam insistem em manter a confusão quanto a seu modo de ação, desviando o assunto e falando sobre mobilidade dos espermatozóides, sobre a ovulação, ou sobre a mucosa cervical, o que é desonesto.

a "vacina" anti-gravidez, ou anti-hcg (gonadotrofina coriônica anti-humana), que está ainda em etapa de experimentação no Terceiro Mundo, tenta imunizar o corpo da mãe contra o hormônio hcg necessário para a implantação da criança concebida. Se o objetivo for tornar o útero totalmente inóspito, trata-se, então, de um método puramente abortivo.

Nenhum dos modos de ação destes produtos é 100% confiável(9). Variam de acordo com cada pessoa, com a comida que elas ingerem, com as doenças que padeceram e com os tratamentos a que foram submetidas(10). Portanto, a mulher que fizer uso de algum dos métodos descritos aqui, embora não sejam 100% abortivos, nunca poderá saber se está ou não abortando.

Categoria Gênero Dose de
estrogênios
dose de
progestativos
Modo de
ação
Taxa de
ovulação/ciclo
Observações
pílula
combinada estro-
progestativa
dosagem alta > 50µg 0,5 a 2 mg 1-OV
2-MUC
3-END
2 a
10%
Taxa de gravidez de  3 a 6% por ano.
A primeira pílula (Enovid) continha uma dose de 100 µg de estrogênios.

 

dosagem média 20 a 50 µg 1 a 2,5 mg 1-OV
2-END
3-MUC
até
50%
dose baixa 20 a 35 µg 0,5 a 1,5 mg
progestativos
sozinhos
pílula
macro-progestativa
seqüencial
- 0,5 a 10 mg
 
1-MUC
2-END
3-OV
4-TR
30 a
60%
A taxa de ovulação cresce com a continuidade da ingestão.
pílula micro-
progestativa
contínua
- 0,03 a 0,6 mg 1-END
2-MUC
3-OV
A agência promotora do medicamento diz que "a ovulação foi considerada respeitável" com estes produtos.
Injeção
de DPMA
(Depo-
Provera)
- 150 mg/
3 meses
1-END
2-OV
3-MUC
40 a
60%
Taxa de gravidez ~ 5% por ano. A taxa de ovulação aumenta com o tempo. É o método preferido pelos eugenistas para incapacitados e mulheres do Terceiro Mundo. Nada mais fácil que aplicar uma injeção com o pretexto de cuidar!
Implantes
de
Norplant
- 6 bastonetes subcutâneos/5 anos 50 a
65%
Estes implantes são difundidos principalmente no Terceiro Mundo pela USAID. Não são utilizados na França.
do dia seguinte método de
"Yuzpé"
2 x 100 µg 2 x 500 µg 1-MUC
2-END
3-OV
segundo a data
da ingestão
no  ciclo
Principalmente abortiva
método
incentivado
pela OMS
- 2 x 750 µg 1-END
dispositivos intra-uterinos de cobre - -
1-END 100% Totalmente abortivo

Explicação das abreviaturas: Modo de ação:

OV: efeito anovulatório: inibe a ovulação, mas não em 100% dos casos. Além disso, este efeito diminui com o tempo e varia de acordo com outros fatores.

MUC: a mucosidade cervical, sendo espessa, atrasa ou impede a passagem dos espermatozóides; a eficácia desta barreira contraceptiva é escassa, pois um teste feito com coelhas demonstrou que 72% dos espermatozóides podem passar, apesar do efeito desencadeado pela ingestão de progestativos sintéticos(11).

END: normalmente, a vascularidade do endométrio cresce para "hospedar" a criança, brindando-lhe oxigênio e glicose. Os "anticoncepcionais" hormonais impedem um desenvolvimento normal do endométrio durante o ciclo, transformando-o, deste modo, em inóspito para uma criança possivelmente concebida.  Este efeito é abortivo.

TR: determinados hormônios utilizados nestes "anticoncepcionais" atrapalham o trânsito da criança concebida em direção ao endométrio, interferindo nas flexões e nos movimentos dos cílios do interior das Trompas de Falópio; alguns produtos aceleram e outros freiam o avanço da criança, que se arrisca, assim, em chegar muito cedo, ou muito tarde, ao útero, encontrando, então, um endométrio ainda não preparado, ou já degradado. Este efeito é abortivo.

 

b) os efeitos secundários

Os efeitos secundários destes produtos hormonais são geralmente graves(12): um hormônio de síntese -- portanto dificilmente metabolizado pelo organismo –perturba o equilíbrio hormonal(13). Hoje já está comprovado que inúmeros casos de câncer (colo do útero, mamas) são favorecidos, ou causados, pelas chamadas pílulas anticoncepcionais e que elas provocam sérios transtornos cardiovasculares. Um estudo recentemente realizado em 46.000 mulheres, no período de 1968 a 1993(14) demonstra que houve maior mortalidade por doenças cardiovasculares, ou por câncer, naquelas que tomavam pílulas. Estes efeitos secundários são geralmente minimizados pela imprensa, pelos fabricantes e pelos ideólogos eugenistas: fala-se de porcentagens de risco e não de números absolutos de óbitos anuais. Apesar disso, entre os eugenistas há grupos ecologistas (WWF) dispostos a denunciar o uso industrial de alteradores estrogênicos (produtos que perturbam o metabolismo dos estrogênios, imitando-os, bloqueando-os, ou anulando sua ação, ou a produção de hormônios naturais), como o nonilfenol, o octifenol, os PBC (bifenil policlorado) e o DDT utilizados em plásticos, pinturas, pesticidas, etecétera. Observou-se, com efeito, uma "feminização" (baixo desenvolvimento dos órgãos sexuais masculinos e produção de hormônios femininos) em machos de algumas espécies animais (peixes, lagartos, tartarugas), como resultado da poluição, mesmo antiga, originada por alguns destes produtos.  Em geral, estes produtos estrogênicos concentram-se nas gorduras, onde permanecem. Estes ecologistas atribuem uma diminuição da fecundidade do homem –que eles manifestam ter observado – às mesmas causas(15). Por isto, as dosagens encontradas nos ambientes naturais poluídos são infinitesimais [30 µg de nonil-fenol por litro de água ( mil vezes suficiente com o octifenol) e os peixes não bebem toda a água ...] comparadas com as dosagens impostas à mulher que toma a pílula.

Enquanto os ecologistas e a imprensa dão ênfase à poluição industrial, os casos de câncer de útero aumentaram 50% durante o período no qual se introduziu a "contracepção" hormonal nos países ocidentais.  Já no Japão e nos países do Leste, no entanto, onde a "contracepção" hormonal não foi introduzida, e apesar de a poluição industrial ser maior, a incidência de câncer é menor!

Existem, então, dois pesos e duas medidas de acordo com o objetivo político buscado: a pílula forma parte dos fundamentos da "sociedade liberal avançada", inaugurada pelo traidor social Giscard d"Estaing, sendo portanto um tabu, embora os seres humanos fiquem doentes ou morram por sua causa; em nossa sociedade, os animais são mais importantes que os seres humanos, por isso merecem que a indústria química esteja melhor regulamentada!

c) a mentalidade pedófoba

A contracepção química, devido à sua relativa facilidade de uso, permitiu a banalização de uma mentalidade hedonista a curto prazo que vê a criança, antes de mais nada, como um incômodo. Esta mentalidade contraceptiva favorece o aborto e é o que se pode observar nos fatos. Vende-se aos jovens a idéia de uma sexualidade como objeto de consumo, com a isca química correspondente que lhes permite ter uma "vida sexual sem restrições", o que, em outras palavras, chama-se promiscuidade irresponsável e tem como resultado um grande aumento do número de abortos cirúrgicos, considerados como a roda de auxílio de uma contracepção ineficiente. Inclusive o INED, órgão do Estado, reconhece que a contracepção, além de não evitar o aborto, termina por aumentá-lo(16).

Nossa responsabilidade

Uma mulher que utiliza a "contracepção" hormonal, mesmo que o produto fosse abortivo somente em pequena proporção, nunca sabe se está ou não abortando. É como se fosse uma roleta russa, só que na cabeça da criança. Esta provado que muitos abortos químicos são feitos desta forma. Estamos frente a uma problemática similar à do sangue contaminado: põe-se em risco a vida do próximo para obter um benefício pessoal. Recusar saber, ou a falta de controvérsia, não excluem a responsabilidade; o não querer saber instala a culpabilidade e este é o caso pelo menos dos promotores e fabricantes(17).

Na falta de estatísticas sobre o número de abortos provocados por este processo, pode-se calcular uma faixa de entre 400.000 a 2 milhões por ano na França.

É urgente que se entenda e difunda esta mensagem e que, para começar, aqueles que se opõem ao aborto, deixem de utilizar estes meios abortivos disfarçados.

A subversão

Para conseguir a utilização universal destes dispositivos abortivos, quando a maior parte da população do mundo tem uma atitude a priori negativa a respeito do aborto, foi preciso mentir, mentir muito, e instalar mecanismos eficazes de desinformação:

Primeira fase, a infiltração:

Para "fazer engolir a pílula", foi ocultado seu caráter abortivo, suspeito desde o início e confirmado rapidamente.

Assim, em 1965, uma mulher católica dizia : "Na minha cabeça, eu me perguntava: como funciona isto? Eu sei que um teólogo universitário estava preocupado pelas implicações morais. A grande pergunta era: a pílula, impede a concepção, ou bem destrói o feto depois de que a concepção teve lugar? Ninguém sabia realmente."(18), isso não lhe impedia continuar tomando a pílula...

O lobby eugenista tinha começado a diluir o assunto: o pesquisador sueco Bent Boving já tinha feito a seguinte observação durante um simpósio de Planejamento Familiar/ Population Council em 1959 : "Em última instância, o fato de outorgar ao controle da implantação a vantagem de ser considerado socialmente como uma prevenção da concepção mais que como a destruição de uma gravidez estabelecida, é simplesmente um hábito de linguagem prudente"(19).

Naquela época, com efeito (1964), o Population Council era consciente de que a aceitação ou a rejeição de seus produtos dependeria de seu caráter abortivo ou não.

Em 1969, o Comitê Consultivo da FDA (Estados Unidos), dirigido pelo doutor Philip Corfman, deu a conhecer o seguinte relatório sobre o uso da "pílula" : "O segundo efeito principal é sobre o endométrio. Os progestágenos atuam como anti-estrogênios, provocando uma alteração nas glândulas do endométrio, e como progestágenos causando reações pseudodeciduais. Os dois efeitos afetam a capacidade do endométrio para participar no processo da implantação."(20).

Como todo relatório científico, a este e aos outros, o grande público não teve muito acesso. Também se publicaram livros sobre os efeitos secundários nas mulheres: são em geral esmagadores e questionam a indústria farmacêutica, pouco disposta a ver diminuir sua clientela. Entre estes livros destaca-se o "Dossiê hormônios"(21) de Barbara e Gideon Seaman. Os autores, que têm, entretanto, uma visão feminista-eugenista, efetuam uma análise factual. O livro, publicado em 1977 nos Estados Unidos, é publicado na França em 1982, traduzido, entre outros, por Maya Surduts, que reaparece mais tarde na CADAC (grupo extremista anti-Resgate) que busca hoje fazer a promoção da "pílula".

Seria errôneo pensar que a comunicação sobre os perigos e o caráter abortivo dos anticoncepcionais hormonais foi mal feita. A verdade é mais perturbadora: na verdade, o público não queria saber muito. No curto prazo, a contracepção química permitia às mulheres planejar melhor sua vida profissional e familiar, num contexto de desvalorização das famílias e de crescentes pressões fiscais e sociais. A nova técnica permitia também divulgar a revolução sexual, vendida como uma liberação de tabus opressivos e injustos.

Segunda fase, a consolidação.

Consiste em alterar o sentido das palavras para reforçar a ignorância da realidade. Primeiro, busca-se enganar sobre a natureza humana do embrião. A academia americana de ginecologia inventa uma nova definição da "concepção" em 1965 : "A concepção é a implantação do óvulo fecundado".

A conseqüência lógica é uma nova definição da palavra "aborto": fazer morrer o embrião depois da sua implantação. Assim, o aborto é assimilado a um fenômeno mecânico de separação do útero, e já não à incriminação penal e moral. A publicidade do lobby da "contracepção de urgência" fala claro: "O uso da contracepção de urgência não provoca um aborto. Na verdade, a contracepção de urgência impede a gravidez e, portanto, reduz a necessidade de abortos provocados. A ciência médica define o início da gravidez como a implantação de um ovo fecundado na mucosa do útero da mulher. A implantação tem lugar cinco a sete dias depois da fecundação. A contracepção de urgência opera antes da implantação, e não quando a mulher já esta grávida."(22)

Baulieu, o muito midiático promotor do RU486 -- produto que nunca inventou, ainda que isso incomode seus cortesãos -- utiliza o mesmo argumento para promover as drogas abortivas que atuam antes da implantação, apesar de haver reconhecido que o embrião é um ser humano desde a fecundação mesma (processo Nathanson/ Baulieu 1992).

Os Estados ocidentais, então, legislaram dentro de uma bruma sustentada intencionalmente(23): é assim como os dispositivos intra-uterinos e as pílulas hormonais foram classificados como meios "anticoncepcionais".

Outras subversões da linguagem também são levadas a cabo pelo mesmo complexo eugenista-industrial, apontando aos países do Terceiro Mundo, contrários ao aborto. Em Bangladesh fala-se de extração ou de regulagem menstrual: O termo aborto provocaria a repressão, enquanto que as palavras substitutas, utilizadas com arte, conseguem transpor o obstáculo.

Terceira fase, o desdobramento.

Consiste em continuar avançando, em forçar um ponto mais o sentido das palavras, até inverter o sentido: até chamar o aborto de contracepção, e a eugenia de bioética. Para isso o aborto é apresentado como um meio para salvar vidas. A OMS calcula números fantasiosos de mulheres mortas como conseqüência de abortos clandestinos (acabam de pular de 200.000 a 800.000 mulheres por ano no mundo) de maneira inexplicável(24), já que o que é clandestino é, por definição, impossível de contabilizar. Por sua vez, os pró-vida são acusados de ser assassinos de aborteiros (quem se beneficia com esses crimes, senão o lobby pró-aborto ?).

Esse é também o sentido da campanha atual em favor das drogas abortivas em massa (pílulas com baixa dosagem, RU486, Tetragynon, Preven, etc...), com o pretexto da redução de doses e, portanto, redução dos efeitos secundários, conjuntamente com a construção midiática da cortina de fumaça das "manipulações genéticas", representadas sempre pela imprensa como perigosas se um hipotético ditador malvado (eugenista, digamos) decidisse utilizá-las. Procura-se desse modo ocultar a verdadeira eugenia contemporânea, que se expressa nas brutais manobras de despovoamento do Terceiro Mundo e na crescente exploração dos humanos muito jovens: fabricação de células, de vacinas, de soros, de órgãos para enxertos, experimentos de enxertos humanos em animais e vice-versa, testes de eficácia de produtos químicos ou de vacinas contra doenças inoculadas, ou testes de armas químicas ou biológicas para desenvolver "armas étnicas"; atualmente é mais barato (venda proibida, cessão gratuita) utilizar um embrião humano(25), ou um feto, ou uma criança abortada por cesariana aos oito meses, para fazer esses experimentos repugnantes (civis e militares, que só têm um equivalente histórico nos "experimentos " de Mengele/ Von Vershuer, Clauberg, Ishi, etc.), que utilizar macacos ou ratos, cada vez mais protegidos por seus amigos, os ecologistas. Logicamente, dizem para nós que não estão querendo fabricar crianças loiras de olhos azuis(26). No entanto, eles sabem muito bem selecionar as crianças que serão reimplantadas em FIVETE : aquele que tiver um gene suspeito... ai! acabará num laboratório ou no esgoto!

O verdadeiro objetivo

A revolução sexual, inventada conjunta e separadamente pelos eugenistas da tendência Sanger (representada hoje pelo Planejamento Familiar) e pelos revolucionários de origem marxista (Wilhelm Reich, Gramsci, representados hoje na França pelos esquerdistas-comunistas no poder), é uma ferramenta extremamente poderosa para a mudança de valores e comportamentos. Levando a população a corromper-se por meio de práticas nocivas, cria-se um povo imoral, incapaz de lutar contra uma injustiça. Quando somos "parte do assunto", já não é possível protestar, porque no fundo somos cúmplices e rebelar-nos seria "passar para o lado contrário".

Paralelamente, a promoção do desemprego e a miséria material através da exploração da sociedade realizada em grande escala pelo Estado (impostos e encargos abusivos), enfraquece a capacidade de reação da população e incrementa a pressão que ela sofre.

Torna-se então possível exercer a engenharia social sobre esta "massa” anestesiada e condicionada, a fim de levar à prática grandes utopias. Para que elas se realizem, com efeito, é necessário mudar a natureza humana e que se produza uma evolução (no sentido darwiniano) do homem. Tais utopias são eugenistas e elitistas. Apesar do que pretendem suas propagandas, elas não visam ao bem comum, mas ao interesse das castas no poder, para quem a maior parte da população é inferior e deveria pertencer à mesma categoria que os animais.

Estas políticas carecem completamente de realidade a longo prazo, e são absurdas. (Se aceitamos considerar que seus promotores são sinceros.). Mas isso não impede que sejam implementadas com muito zelo e que acarretem verdadeiros estragos. Tal é o contexto no qual se inscrevem as políticas de aborto forçado (China) , de esterilização encoberta (Filipinas, Índia, México, Peru, etc...), de abortos disfarçados de contracepção (por toda parte), com o apoio financeiro e logístico da ONU através de seus diferentes ramos : FNUAP, UNICEF, OMS.

As primeiras vítimas são as crianças e as mulheres. O alvo para o qual se aponta é a instituição familiar, com a finalidade específica de impedir exercer um papel de contra-poder frente à hegemonia do Estado e da ONU. Por isso reaparecem os marxistas de todo tipo, cujo deus é a onipotência do Estado.

Junto com essa motivação política, há uma motivação religiosa dissimulada. A vontade de fazer abortar, e portanto de matar seres humanos, é fundamental em grande número de paganismos e na feitiçaria: o sacrifício, sobretudo o sacrifício humano, permite adquirir "poderes".

Uma das atividades e importante fonte de renda da feitiçaria, aliás, desde a Antiguidade é a elaboração de poções abortivas. (A palavra "farmácia" vem do grego "pharmakeia", que significa "feitiçaria".)(27)

É normal, então, que os promotores do aborto e da eugenia tenham afinidade com a New Age (surto contemporâneo dos paganismos ) e com a feitiçaria. Nas suas formas de atuar encontra-se um certo número de constantes próprias da alquimia, que é seu principal ramo ocidental:

a substituição da ciência pela superstição e por manipulações perigosas e pouco científicas, incluindo elementos espirituais (sacrifícios de crianças). A ONU se inscreve de maneira mais ou menos aberta nesta promoção da superstição: sua promoção da "carta da terra" põe de manifesto seu panteísmo materialista, adorador de Gaia, a terra-mãe, em oposição a todos os monoteísmos. O interesse dos seres humanos não está no centro de suas preocupações, está, porém, sobretudo uma "divindade" terra, para a qual os seres humanos seriam apenas uma ameaça. Portanto, eles não devem desenvolver-se em excesso, e daí o conceito de "desenvolvimento sustentável" (para Gaia), e a promoção da eugenia e o despovoamento.

a busca de uma pedra filosofal: a que transformaria a humanidade "bruta" de hoje numa humanidade "superior", e resolveria também o [falso] problema da superpopulação. Assim, os eugenistas sonham com esterilizantes de baixo custo e alta eficácia, e na sua perspectiva buscam colocar os pretendidos contraceptivos no Terceiro Mundo, explicando que irão transformar-se em ouro: o ouro do desenvolvimento econômico induzido por uma diminuição da fecundidade (isso é economicamente absurdo!)

o logro: o engano sobre os produtos e a preguiça dos alquimistas. Com efeito, "o móvel mais corrente dos alquimistas não é outro (...) que a incapacidade de ganhar a vida como todo o mundo e o desejo de subsistir por outro meio que a agricultura, o comércio ou o artesanato. (...) Eles preferem enriquecer-se imediatamente por um meio sobrenatural como a alquimia"(28). Não é esta uma boa descrição dos Sanger, Pincus e outros aprendizes de bruxo? Será que existe uma maneira mais desleal de enfrentar a concorrência dos países emergentes, que a de eliminá-los fisicamente?

O que fazer?

Nenhuma mulher na França se sentiu lograda, enganada, manipulada, depois de utilizar de boa fé a contracepção química, acreditando sinceramente não haver cometido aborto? Não haverá aqui matéria para denúncias por engano sobre os produtos, envenenamento, etc? Os pais cuja filha é envenenada pela "pílula", consideram sua perda como uma leve porcentagem?

Embora o boicote não seja legal na França, a pressão sobre os fabricantes bem pode existir: Roussel-Uclaf foi sensível a esta circunstância.
A verdade é uma potência capaz de fazer com que muitas cosas mudem, uma força que finalmente se imporá, apesar das dificuldades de comunicar esta mensagem a um público que em grande medida não deseja ouvi-la.

Mas não estamos aqui para contar fábulas agradáveis a nossos contemporâneos.

Thierry LEFEVRE


Notas:

1. Sobre um total de 4.320.000 (Le Figaro, 8/1/1999).

2. As igrejas protestantes começaram a mudar, em 1930, quando a Conferência de Lambeth dos bispos anglicanos aceitou a utilização dos  meios artificiais de contracepção em situações excepcionais. Obra de uma minoria ativa,  na qual estava o Reverendo William R.Inge, membro influente da Eugenics Society (Sociedade de Eugenia) inglesa e porta-voz da igreja anglicana em Londres, que a partir de 1920, após a leitura de "Woman and The New Race"("A mulher e a Nova Raça"), passou a ser admirador de Margaret Sanger. A maioria das denominações "liberais" surgiram rapidamente com a ajuda dos dólares e dos lobistas de Margaret Sanger. Foi assim que nos anos 50, as igrejas metodistas distribuíram dispositivos intra-uterinos e, a partir de 1974, a Igreja Reformista da França passou a apoiar a lei do aborto. Já nos anos 50, a Igreja Reformista da França tinha começado, timidamente, a aceitar a "contracepção" em "casos extremos".

3. Deste ponto de vista, ela levaria consigo mesma sua própria acusação e auto-limitação; aqueles que não têm descendência, não podem transmitir seus costumes a ninguém.

4. O Norplant, desde 1972, vem sendo experimentado nos países do Terceiro Mundo (Haiti, Brasil, Indonésia, Bangladesh, Jamaica, Chile, República Dominicana). A BBC produziu e difundiu, em 1995, um filme documental que expõe a maneira não profissional e ilegal com que foram levadas a cabo as experiências clínicas em Bangladesh. Existem, além disso, depoimentos de mulheres que sofreram os efeitos secundários graves e que declaram não ter sido advertidas sobre a natureza experimental do Norplant nem sobre possíveis riscos e que lhes foi, inclusive, negada a possibilidade de retirar o implante. O Population Council (Conselho da População) é proprietário da licença do produto que foi desenvolvido por Sheldon Segal da Fundação Rockefeller. Nos Estados Unidos, o Norplant foi aprovado somente no final de 1990. O fabricante é Wyeth-Ayerst. Calcula-se em 2,5 milhões, a quantidade de mulheres a quem foi colocado o implante do Norplant.  Existem, na atualidade, aproximadamente 50.000 causas na justiça dos Estados Unidos contra este fabricante, devido aos efeitos secundários do produto. Os promotores do Norplant recomendam sua utilização nas mulheres dos "países em vias de desenvolvimento" ou que padeçam de "puerilidade" ou de "desequilíbrio mental".

5. Nosso indescritível médico de pés nus - Ministro da Saúde Kouchner deseja, inclusive, que esta droga possa ser vendida sem receita. (Le Monde 22-23 de novembro 1998). Isto nos faz lembrar a forma com que o regime chinês põe em risco a vida das mulheres chinesas, fazendo-as abortar com o RU486,  sendo que a infra-estrutura necessária para a utilização deste produto é inexistente nesse país.

6. Uma campanha piloto foi lançada em cinco cidades norte-americanas (com anúncios na televisão, no rádio e nos jornais), tudo sob a égide do Escritório de Pesquisa da População da universidade de Princeton, cujo diretor é James Trussel que trabalha para o grupo militante Reproductive Health Technology Project (Projeto de Tecnologia para a Saúde Reprodutiva) (cf. http://ec.princeton.edu). Esta campanha terminou em 1998, com a aprovação por parte da FDA dos Estados Unidos e com o lançamento no mercado oficial do Preven. Esta pílula abortiva do "dia seguinte", conhecida na França com o nome de Teragynon, é fabricada pela empresa alemã Schering A.G.. Uns meses mais tarde, o Tetragynon obtinha a autorização para ser  vendido na França.

7. Ver Le Quotidien du Médecin de 30/10/1998.  "A contracepção em 1998:  principalmente não acreditar que tudo é perfeito", quando Baulieu incentiva novamente o aborto químico com o nome de "contracepção de urgência", ou "contracepção tardia", pois nesta empresa ele é acompanhado pela executiva de Broussais, Elizabeth Aubény, que acaba de criar uma associação para incentivar a "contracepção de urgência" (ADCU). É notável, também, a pouca importância que dão a este sistema abortivo algumas associações supostamente contra o aborto, como por exemplo a Grossesse Secours, que foi subvencionada pela Prefeitura da cidade de Paris, que recomenda, há anos, o uso do método de Yuzpé em seu servidor minitel (3615 SOSG)!

8. O comunicado de imprensa da OMS, de 7/08/1998, cita a publicação, no Lancet de 8/08/98, dos resultados de uma pesquisa financiada pelo PNUD, FNUAP, OMS e pelo Banco Mundial. Este estudo, realizado em 1998 mulheres parece comprovar que as "pílulas do dia seguinte", à base de progestágenos unicamente , são mais eficazes do que as pílulas à base de estroprogestativos (método conhecido como de Yuzpé). Neste comunicado de imprensa, a OMS se contradiz,  pois afirma que 80.000 mulheres morrem por ano como conseqüência dos abortos praticados "fora do ambiente médico", sendo que há anos a cifra apregoada pela própria OMS é de 200.000.

9. A taxa de gravidez bem-sucedida, apesar da utilização das pílulas combinadas, foi de 3% anual. Os espermatozóides conseguiram alcançar seu objetivo: a ovulação, e depois a fecundação, tiveram lugar e, apesar da degradação do endométrio, a implantação da criança pôde acontecer neste caso!

10. Sem abundar em detalhes técnicos para cada tipo de produto, apresentamos a seguir uma lista de tratamentos que interferem nos efeitos desses contraceptivos: os barbitúricos, os anti-tuberculose, os anti-epilépticos, alguns fungicidas e antibióticos, tranqüilizantes, sedativos, analgésicos, antifebris, neurolépticos, anti-cefaléias, citostáticos, hipolemiantes, mio-relaxantes, laxantes. Algumas doenças também diminuem seu efeito, como por exemplo, a diarréia ou os vômitos. Os efeitos secundários e as interações medicamentosas estão amplamente documentados na Internet (http://mattweb.hcuge.ch/matweb/ etc...).

11. Chang MC, Hunt DM. Effects of various progestins and estrogen on the gamete transport and fertilization in the rabbit. Fertlity and sterility. 1970 ; 21 : 683-686

12. Há uma publicação recente (A consumer guide to the pill and other drugs, John Wilks, B.Pharm. M.P.S., set.97, ed. ALL Inc., USA) que põe em evidente flagrante a pesquisa feita neste campo e que prova, amplamente, a toxicidade dos diferentes métodos de "contracepção"  hormonal. Os meios de comunicação e o ambiente eugenista tentam sempre esconder e minimizar as conseqüências,  enquanto que a pesquisa científica é terminante ao respeito. Wilks assinala a cumplicidade das administrações de Saúde Pública na falta de informação às mulheres sobre os riscos aos quais sua saúde está exposta.

13. o que não é o caso dos hormônios naturais, geralmente comestíveis (nas leguminosas, etc.) porque elas são digeridas e "quebradas".

14. Le Figaro -8/01/1999 : "as taxas de mortalidade por ataque cerebral, acidente, ou suicídio, aumentam notavelmente com esta contracepção. (...) se observa um aumento de câncer de fígado (126 casos de consumidoras de pílulas contra 34 casos no restante) de câncer de pulmão (107 casos no primeiro grupo, 71 no outro) e de câncer de colo do útero (115 no primeiro grupo e 57 no outro) (...) o risco de câncer de pulmão se duplica e o de câncer de colo do útero se quadruplica nas mulheres que utilizaram a a pílula durante mais de 10 anos" . O jornal Le Figaro insiste em que estes resultados não são significativos. Os da OMS, que foram obtidos de uma amostra de 1998 mulheres, em lugar de 46.000, sim, o são? As manchetes da imprensa mostram sua parcialidade, quando Le Figaro diz: "Os riscos mínimos da pílula"; o Nouvel Observateur: "A pílula: sem risco a longo prazo" (14/01/99) e o La Croix : "Os efeitos nefastos desaparecem em dez anos, após a interrupção do consumo da pílula" (9-10/01/1999).

15. Se os eugenistas tivessem desejado, a indústria teria feito: em Dacca, durante a Conferência Internacional da Planejamento Familiar, Paul Ehrlich (da Zero Population Growth/ Crescimento Populacional Zero) recomendou ao governo federal norte-americano destinar fundos para o desenvolvimento de produtos esterilizantes de massa, com o objetivo de serem introduzidos nos sistemas de distribuição de água corrente. Os acidentes originados por " perturbadores estrogênicos" não aparecem ser intencionais, mas, no entanto, se desconhece a origem do estrogênio nos rios ingleses. Poderia ser o resultado de restos das pílulas "contraceptivas" que são despejadas nos esgotos? Até o momento, a molécula principal, o etinil-estradiol, ainda não tinha sido identificada nesses cursos de água.

16. Léridon do INED [Instituto Nacional de Estudos Demográficos, (francês)], citado pelo L'Express em 8/10/1998: "Os filhos não programados são cada vez menos aceitos"

17. fabricantes entre os quais Roussel-Uclaf, cujo nome é atualmente Hoechst-Marion-Roussel (ou Aventis), ocupa um lugar importante como principal fornecedor de etinil-estradiol, componente estrogênico da maioria das pílulas estroprogestativas. Havia uma lógica na propagando do RU486.

18. L'incroyable histoire de la pilule, Bernard Asbell, Edição°1, 1996, pág.208

19. Bent Boving, "Implantation Mechanisms", in Mechanisms Concerned with Conception, ed. C. G. Hartman, (NY: Pergamon Press, 1963), 386

20. Advisory Committee on Obstetrics and Gynecology, Food and Drug Administration, 1969, Second Report on the Oral Contraceptives, app.4, "Report of the Task Force on Biologic Effects", Philip Corfman, presidente.

21. De la contraception à la ménopause, DOSSIER HORMONES, Barbara e Gideon Seaman, tradução francesa : Maya Surduts e Isabelle Vellay, revisão e adaptação : Catherine Sokolsky, Editions de l'Impatient, 1982, 1983, 1984. Título do original americano: Women and the Crisis in Sex Hormones, ed. Rawson Associates, 1977.

22. na Internet: http://ec.princeton.edu/questions/ecabt.html.

23. O mesmo Baulieu descreve esta bruma: "Deve reconhecer-se que, entre a lei Neuwirth, que se refere à contracepção, e a lei Veil, referida à interrupção voluntária da gravidez, o arsenal regulamentar desconhece o período intermediário que vai da ovulação até o diagnóstico positivo de gravidez, passando pela preparação do endométrio e o início da implantação", Le Quotidien du Médecin, 30/10/1998.

24. cf. o mesmo comunicado de imprensa da OMS.

25. Não inventamos nada, infelizmente, porque isto se encontra na imprensa comum. Le Monde de 7/11/98 relata os primeiros resultados de uma pesquisa norte-americana: "Estes pesquisadores revelam (...) que conseguiram isolar e pôr em cultivo células embrionárias humanas capazes, naturalmente, de transformar-se e multiplicar-se de modo infinito em laboratório, e suscetíveis de dar origem aos diferentes tecidos que compõem o organismo humano. (...) Também descobriram que a introdução nas células humanas cultivadas ex vivo de um gene proveniente de um vírus cancerígeno -- o vírus SV40 -- lhes conferia um potencial ilimitado de divisão. Isso permitiu a criação de famílias de células provenientes de determinados órgãos : fígado, rim, cartílago... Tais famílias de células diferenciadas são de grande interesse para a pesquisa em farmacologia celular. No campo industrial, podem às vezes substituir os modelos animais. (...) A equipe norte-americano informa (...) que (...) conseguiu criar ex vivo cinco famílias de células ES humanas [por Embryonic Stem cells, células de formações embrionárias], a partir de trinta e seis embriões "frescos" ou conservados por congelação, e concebidos em todos os casos por fecundação in vitro."

26. é verdade, porque ainda não se sabe muito bem como fazê-lo. Mas na verdade trata-se de um ardil: evocam os horrores nazistas e afirmam ser ferozes opositores para recuperar melhor o espírito do nazismo.

27. Encontra-se por exemplo esta colusão no famoso "Affaire des Poisons" que ficou conhecido durante o reinado de Luís XIV, revelando práticas mistas de feitiçaria, sacrifícios humanos, adivinhação, alquimia, abortos e envenenamentos, que comprometeram um setor da alta sociedade daquela época (a que pertencia Mme. de Montespan, favorita do rei). Naquele momento, o rei protegeu seus amigos e permitiu que a justiça atingisse somente os outros, entre eles os executantes. Entre estes últimos se destacaram "la Voisin", bruxa e aborteira de mais de 2500 crianças; "la Filastre", que degolou alguns de seus próprios filhos em sacrifício; Guibourg, Cotton e outros sacerdotes desviados.

28. Ibn Khaldun, Introdução à história universal, 1377. É verdade que os alquimistas têm uma espécie de afinidade com a moeda falsa.

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